A
bstract
The production of single top quarks and top antiquarks via the
t
-channel exchange of a virtual
W
boson is measured in proton-proton collisions at a centre-of-mass energy of 13 TeV at the ...LHC using 140 fb
−
1
of ATLAS data. The total cross-sections are determined to be
σ
tq
=
137
−
8
+
8
pb and
σ
t
¯
q
=
84
−
5
+
6
pb for top-quark and top-antiquark production, respectively. The combined cross-section is found to be
σ
tq
+
t
¯
q
=
221
−
13
+
13
pb and the cross-section ratio is
R
t
=
σ
tq
/
σ
t
¯
q
=
1.636
−
0.034
+
0.036
. The predictions at next-to-next-to-leading-order in quantum chromodynamics are in good agreement with these measurements. The predicted value of
R
t
using different sets of parton distribution functions is compared with the measured value, demonstrating the potential to further constrain the functions when using this result in global fits. The measured cross-sections are interpreted in an effective field theory approach, setting limits at the 95% confidence level on the strength of a four-quark operator and an operator coupling the third quark generation to the Higgs boson doublet:
−
0.37
<
C
Qq
3
,
1
/
Λ
2
<
0.06
and
−
0.87
<
C
ϕQ
3
/
Λ
2
<
1.42
. The constraint
|V
tb
|
> 0.95 at the 95% confidence level is derived from the measured value of
σ
tq
+
t
¯
q
, assuming that the
Wtb
interaction is a left-handed weak coupling and that |
V
tb
| ≫ |
V
td
|, |
V
ts
|. In a more general approach, pairs of CKM matrix elements involving top quarks are simultaneously constrained, leading to confidence contours in the corresponding two-dimensional parameter spaces.
A
bstract
Precision measurements of electron reconstruction, identification, and isolation efficiencies and photon identification efficiencies are presented. They use the full Run 2 data sample ...collected by the ATLAS experiment in
pp
collisions at a centre-of-mass energy of 13 TeV during the years 2015–2018, corresponding to an integrated luminosity of 139 fb
−
1
. The measured electron identification efficiencies have uncertainties that are around 30%–50% smaller than the previous Run 2 results due to an improved methodology and the inclusion of more data. A better pile-up subtraction method leads to electron isolation efficiencies that are more independent of the amount of pile-up activity. Updated photon identification efficiencies are also presented, using the full Run 2 data. When compared to the previous measurement, a 30%–40% smaller uncertainty is observed on the photon identification efficiencies, thanks to the increased amount of available data.
Unconfirmed reports describe association of ankylosing spondylitis (AS) with several candidate genes including ANKH. Cellular export of inorganic pyrophosphate is regulated by the ANK protein, and ...mutant mice (ank/ank), which have a premature stop codon in the 3' end of the ank gene, develop severe ankylosis. We tested the association between single-nucleotide polymorphisms (SNP) in these genes and susceptibility to AS in a population of patients with AS. We investigated the role of these genes in terms of functional (BASFI) and metrological (BASMI) measures, and the association with radiological severity (mSASSS).
Our study was conducted on 355 patients with AS and 95 ethnically matched healthy controls. AS was defined according to the modified New York criteria. Four SNP in ANKH (rs27356, rs26307, rs25957, and rs28006) were genotyped. Association analysis was performed using Cochrane-Armitage and linear regression tests for dichotomous and quantitative variables. Analyses of Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI), BASFI, and mSASSS were controlled for sex and disease duration.
None of the 4 markers showed significant single-locus disease associations (p > 0.05), suggesting that ANKH was not a major determinant of AS susceptibility in our population. No association was observed between these SNP and age at symptom onset, BASDAI, BASFI, BASMI, or mSASSS.
These results confirm data in white Europeans that ANKH is probably not a major determinant of susceptibility to AS. ANKH polymorphisms do not markedly influence AS disease severity, as measured by BASMI and mSASSS.
Nos últimos anos a identificação de mutações em genes direcionáveis, como IDH1, IDH2 ou FLT3 tem ajudado a definir o prognóstico e orientar a terapia nos casos de leucemia mieloide aguda (LMA). Já a ...mutação BCR-ABL1 em LMA de novo trata-se de uma entidade provisória na classificação atual da World Health Organization (WHO) de 2017. A descrição de ambas as mutações concomitantes, é um evento raro na literatura.
Homem, 25 anos, admitido com queixa de astenia, necessidade de suporte transfusional e presença de blastos em hemograma. O aspirado de medula óssea demonstrou a presença de 54% de blastos. Na imunofenotipagem, encontrou-se 83% de blastos que foram positivos para MPO, CD13, CD7, CD2, CD34, CD123, CD99, CD117, CD38 e HLA-DR, compatível com LMA. O paciente mostrou-se positivo para a mutação FLT3-ITD (por reação de cadeia de polimerase alelo específico fluorescente e genotipagem por eletroforese capilar), BCR ABL1 positivo para a isoforma p190, com quantificação de 0,02482% transcritos (por reação de cadeia de polimerase em tempo real). O cariótipo revelou, que em 20 metáfases analisadas foram detectados: 3 com cariótipo 46, XY, t(9;22); 7 com cariótipo 45, XY, t(9;22), -7; 10 com cariótipo 46, XY, t(9;22), + 21. O paciente foi induzido com I3A7 e midostaurin, sem resposta. Sendo, reinduzido com MEC em associação com sorafenibe. Ainda refratário a segunda linha de tratamento, foi submetido a indução com Ida-Flag e iniciado dasatinibe, com resposta completa no D26 e encaminhado ao transplante alogênico em uso de dasatinibe.
O surgimento de BCR-ABL1 como uma anormalidade secundária e resultado de uma possível evolução clonal na LMA recidivante/refratária, esporadicamente foi relatado no tratamento pós-quimioterapia e na pós-terapia com agentes inibidores de FLT3. Poucos estudos demonstram a detecção concomitante das anormalidades genéticas já no momento do diagnóstico. Em um deles a mutação FLT3 identificada foi do tipo TKD, diferentemente do paciente citado, em outro houve ainda a associação da mutação NPM1, não pesquisada no paciente relatado. Pacientes com LMA associada a BCR-ABL1 normalmente são refratários a quimioterapia convencional e a terapia com inibidores de tirosina quinase (ITK) isolada não parece controlar a doença. No caso em questão, com apenas 0,02482% de transcritos, o resultado foi considerado falso positivo e o paciente foi tratado para a mutação FLT3. Após o resultado do cariótipo e refratariedade demonstrada, foi associado ITK ao tratamento com excelente resposta. O tratamento ideal para esses casos ainda não esta estabelecido, contudo, relatos recentes sugerem que a baixa taxa de indução de remissão completa e a sobrevida curta de casos de LMA BCR-ABL1 implicaram melhores resultados com a quimioterapia combinada com ITK seguida por transplante alogênico, sendo até o momento a única maneira eficaz de melhorar a sobrevida desses pacientes. O ponatinibe parece ser um potente ITK com atividade inibidora pan BCR-ABL1 e forte atividade inibidora de FLT3. Para o caso relatado, com as duas mutações presentes no início, o uso de ponatinibe em conjunto com a terapia convencional, seguido pelo transplante alogênico parecia uma alternativa apropriada.
Outrossim, o presente relato pode contribuir e estimular uma melhor compreensão da fisiopatologia da concomitância das mutações FLT3 e BCR-ABL no início da patologia e ensaios clínicos que promovam alternativas terapêuticas.
Paciente, sexo feminino, 43 anos, sem comorbidades, admitida na clínica cirúrgica do Hospital Jean Bitar (HJB) devido quadro de massa abdominal hipogástrica. Na ressonância magnética, identificava-se ...massa sólida heterogênea de contornos lobulados, limites parcialmente definidos, com 1200 cm3 em linha abdominal inferior. Sugeriu-se a hipótese de neoplasia do trato gastrointestinal. Foi solicitado acompanhamento com a clínica médica devido anemia moderada com dificuldade para hemotransfusão devido a presença de autoanticorpos e aloanticorpos. Durante investigação, identificou-se: inversão de relação albumina-globulina, eletroforese de proteínas com pico monoclonal 6,96 g/dL, Imunofixação de proteínas séricas com componente monoclonal IgG/Kappa e mielograma, normocelular, com 5% de plasmócitos. Após estabilização clínica, foi abordada cirurgicamente com laparotomia exploradora, ressecção de massa retroperitoneal e retossigmoidectomia com colonastomose latero-lateral e ileostomia, além de linfadenectomias. O exame imuno-histoquímico da peça cirúrgica foi compatível com linfoma não Hodgkin de células B periféricas do tipo linfoma linfoplasmacítico (LPL) com CD31 (+), CD117 (+), CD20(+), CD79(+), CD138(+), MUN1 (+), Ki67 10%. Sendo assim, a paciente foi encaminhada ao serviço de referência em onco-hematologia no Pará, Hospital Ophir Loyola (HOL). Na primeira consulta, ela apresentava-se letárgica desorientada com náuseas, vômitos e anúria. Solicitado internação, pedido exames laboratoriais que identificaram insuficiência renal aguda (cr:9,78 ur:108) e avaliação da nefrologia com início de hemodiálise. A paciente também foi estadiada (IIIA), B2 microglobulina 15,9, Dosagem de IgG de 13803 mg/dl e kappa 16.600 mg/dl. Optado por realizar o protocolo RCD com ajuste da ciclosfofamida devido alteração renal. Paciente evoluiu com melhora clínica recebendo alta após C2. Mas, permanecia com necessidade de hemodiálise. Conversado com nefrologia e avaliando risco benefício optou-se por não realizar biopsia Renal, dessa forma não se chegou a uma causa definitiva para a insuficiência renal. Realizou o C3 ambulatorialmente, após este ciclo, a paciente foi reavaliada e classificada como refratária. Optou-se por trocar o protocolo para bortezemonib + corticoide. Aproximadamente 45 dias após início do novo tratamento, a paciente deu entrada na urgência com dispneia, edema importante, ascite e alteração da função hepática. Evoluindo a óbito em menos de 48 horas.
O LPL é uma neoplasia de linfócitos B, linfócitos plasmocitóides e plasmócitos. Comumente envolve medula óssea, podendo acometer também, linfonodos, baço e outros sítios. Relacionado com paraproteinemias, essas podem ser IgM (mais comum), IgA, IgG ou estar ausente. Alguns estudos, sugerem que 95% sejam secretoras de IgM e os 5% restantes sejam divididos em secretores de IgA, IgG e não secretores nessa ordem. Pouco se sabe sobre as características moleculares das LPL secretoras de IgG, porém a mutação do MYD88 e CXR4, comuns na Macrobulinemia de Waldenstrom, parecem não ser tão frequentes. Tais diferenças podem justificar a evolução mais grave, rápida e sintomática desses pacientes. Chama atenção nesse grupo a propensão de desenvolver “Crystal-Storing Histiocytosis”, lesão caracterizada pela deposição de Imunoglobulina em forma de cristais intralisossomal nos histiócitos causando falência tecidual e acometendo medula óssea, linfonodos, fígado, baço e rins.
O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia de células plasmocitárias, que acomete principalmente indivíduos com mais de 50 anos, tendo variada apresentação clínica e abordagem terapêutica. O linfoma ...plasmablástico (LPB) é um linfoma não Hodgkin de células B, raro e agressivo, correspondendo a menos de 2% dos linfomas, tendo íntima relação com o vírus HIV.
Paciente do sexo feminino, 34 anos, portadora do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) há cerca de 10 anos, em uso de terapia antirretroviral, porém sem bom controle de doença, evolui com tumoração frontoparietal a direita, cujo anatomopatológico e IHQ sugeriu neoplasia de plasmócitos, sendo referenciada ao Hospital Ophir Loyola. Evidenciado, nos exames iniciais, os seguintes achados: Mielograma: ausência de plasmocitose; Eletroforese de proteínas séricas: Presença de múltiplas bandas monoclonais na região das gamaglobulinas, Pico monoclonal: 9,2 g/dL; Imunofixação de proteínas séricas: Presença de componentes monoclonais IgG/Kappa, IgG/ Lambda e cadeia leve Lambda; hemoglobina: 7,5 g/dL; ureia: 160; creatinina: 6,68; DHL 277; e beta-2-microglobulina: 50,84; tomografias de coluna vertebral demonstraram lesões líticas em colunas cervical e lombar. Desta forma, definido diagnóstico de MM IgG/Lambda ISS III. Iniciado protocolo VCD (velcade- ciclofosfamida-dexametasona) e ácido zoledrônico, tendo realizado apenas 4 ciclos, sendo mantida conduta conservadora quanto a disfunção renal. Nesse interim, evoluiu com surgimento de lesão expansiva em região cervical direita, medindo 7,3 x 4,8cm, com invasão de canal medular. Foi avaliada pela neurocirurgia que indicou descompressão medular, não realizada devido descompensação clínica importante da paciente, a saber: dor intensa em nova lesão cervical, perda de força em membro superior, hipoacusia ipsilateral, náuseas e vômitos incoercíveis, sendo então encaminhada a internação hospitalar, onde apresentou intercorrências infecciosas e piora de função renal. Submetida a biópsia em massa cervical, cuja imunohistoquimica revela linfoma de alto grau com morfologia plasmablástica, com co-expressão de CD138, MUM1 e restrição de cadeia Kappa, sendo apoiado diagnóstico de LPB transformado ou em transformação de MM. Foi prescrito protoloco VTD PACE e radioterapia, entretanto antes de iniciar o tratamento, paciente apresentou rebaixamento do nível de consciência e piora clínica, evoluindo a óbito.
O LPB é um desafio diagnóstico e terapêutico. Apesar de muito raro, tem intima relação com infecção pelo HIV e/ou imunodeprimidos, o que corrobora com o quadro da paciente descrita, tendo como fator de mau prognóstico baixas contagens de linfócitos T CD4, além de baixo tempo de sobrevida. Devido ambos se tratarem de neoplasias com morfologia plasmocitária, pode haver certa dificuldade no diagnóstico, sendo imprescindível o estudo imunohistoquimico para definição e início de tratamento.
Devido a minoritária incidência entre as doenças oncohematológicas, o LPB não está entre as principais hipóteses diagnósticas. A literatura é escassa quanto a casos de transformação de MM em LPB, em contrapartida são descritas transformações em pacientes portadores de Leucemia Linfocitica Crônica e Linfoma Folicular.
O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia incurável, representando 1% de todas as neoplasias. No Brasil, foram verificados entre os anos de 2007 a 2018, 27.100 casos diagnosticados e tratados no SUS, ...destes 265 casos foram atribuídos ao Pará. Ainda há poucos estudos e descrições sobre o perfil do MM na população da América Latina.
Determinar as características clinicas e de sobrevida global, dos pacientes com MM, assistidos no Hospital Ophir Loyola (HOL) durante um período de 5 anos.
Análise retrospectiva dos prontuários de 98 pacientes, com diagnóstico de MM, em acompanhamento e tratamento, no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, no HOL.
Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo, descritivo, não intervencionista, através de revisão de prontuários de 98 pacientes portadores de MM, que se encontravam em acompanhamento e tratamento ambulatorial, no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, no Hospital Ophir Loyola - HOL (Belém-PA).
A amostra de 98 pacientes revela discreto predomínio do sexo masculino (51%), com mediana de idade ao diagnóstico de 60 anos. Mostra superioridade da raça parda (68,4%), com ECOG 0 ao diagnóstico (52%) e com 92,9% dos pacientes procedentes do Pará. A alteração laboratorial mais frequente foi anemia (83,7%). Dentro dos sistemas de estadiamento houve prevalência no ISS III (38,8%), DS IIIA (5,1%) e R-ISS II (1%). Pico Monoclonal foi quantificado em 57,1% dos prontuários, com maior frequência de IgG/Kappa tanto na Imunofixação de proteínas séricas (36,7%) quanto urinárias (7,14%). Plasmocitoma ao diagnóstico foi encontrado em 37,8% dos pacientes. Relacionado a terapêutica de 1°linha, 68,4% dos pacientes realizaram o protocolo com ciclofosfamida-talidomida-dexametasona (CTD), com principal resposta encontrada sendo uma Resposta Parcial Muito Boa (VGPR). O protocolo mais usado como terapia de resgate foi o CyBord (ciclofosfamida- bortezomibe-dexametasona) em 22,5% dos pacientes. A amostra do trabalho contou com 66,3% de pacientes elegíveis ao Transplante autólogo de medula óssea (TMO) sendo realizado apenas em 15,3%. Desta amostra, 2% recaíram após TMO e foram submetidos a terapia de resgate com protocolo CyBord. A sobrevida em 18 meses foi de 80% e a mediana de idade ao óbito foi de 66 anos.
Realizado revisão de literatura onde verificou-se prevalência do sexo masculino, sem comparação de raça, devido grande miscigenação brasileira. Em relação ao mieloma múltiplo, quase todos os pacientes desenvolveram anemia, e tiveram classificação de Durie Salmon III e ISS III. Houve discordância na literatura em alguns critérios de pesquisa devido poucos dados brasileiros, latinos americanos, e por população estrangeira ser muito diferente da brasileira.
Não é possível consolidar um perfil de estratificação mundial, devido o alto grau de miscigenação e heterogeneidade populacional. A região Norte possui limitações quanto a realização de TMO e o SUS quanto a possibilidade ampliada de terapias, principalmente no que se diz respeito às novas drogas disponíveis. Mesmo com recursos e terapêuticas escassos a sobrevida global encontrada é pareada à mundial.
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma neoplasia maligna das células precursoras de linfócitos, que se caracterizada por aberrações na proliferação e diferenciação dos linfoblastos, com falha na ...hematopoiese normal. A LLA representa um grupo heterogêneo com distintos agrupamentos morfológicos, citogenéticos e moleculares. A anormalidade genética mais comum é o Cromossomo Philadelphia, caracterizado pelo gene de fusão BCR-ABL no cromossomo 22 e que resulta da translocação entre os cromossomos 9 e 22 – t(9;22) (q34; q11). Sua incidência aumenta com a idade, estando presente em 25 - 40% dos casos de LLA de linhagem B em adultos. O tratamento se dá através de quimioterapia de altas doses associada a inibidores de Tirosinaquinase (ITKs).
Homem de 27 anos, evoluiu com astenia e dor óssea. Hemograma mostrou hemoglobina de 6,4 g/dL, leucócitos de 128.520/mm3 com 90% de blastos e 38.000 plaquetas. Imunofenotipagem foi positiva para CD45, CD19, CD 22 (fraco), CD10 (parcial) e CD38, sendo então diagnosticado portador de Leucemia Linfoblástica Aguda B Comum, com cerca de 90% de blastos. Cariótipo na ocasião - 46 XY 20, t (8,13); PCR para BCR-ABL negativo para P190 e P210. Realizada indução com protocolo GRAAL 2003 evoluindo então com remissão morfológica e DRM negativa por imunofenotipagem. Como não possuía doador aparentado, foi inscrito no REREME e iniciou terapia de consolidação e posterior manutenção. Evoluiu com recaída de doença na fase de manutenção, 19 meses após o diagnóstico, imunofenotipagem com 74% de blastos, positiva para CD45, HLA-DR, CD19, CD10, CD58 (fraco), CD38, CD79a e CD22 (fraco); cariótipo era 48 XY, t (9;22), +der(22), +21; PCR para BCR-ABL positivo para P210 e negativo para P190. Iniciou quimioterapia de resgate com o protocolo BFM 2002 associado a Imatinibe, evoluindo com remissão morfológica, entretanto com DRM positiva (0,02%) pela imunofenotipagem. Evoluiu com nova recaída morfológica 4 meses depois, quando foi iniciado novo resgate com daunorrubicina, vincristina, prednisolona e trocado ITK para nilotinibe, entretanto paciente evoluiu a óbito durante terapia de indução.
O aparecimento tardio do cromossomo philadelphia na LLA é um evento raro. Apenas 16 outros casos semelhantes foram descritos na literatura mundial. Uma possível explicação seria a evolução clonal das células leucêmicas, onde a instabilidade do material genético do cromossomo philadelphia faz com que o mesmo apareça mais tarde. O tempo para o aparecimento tardio variou entre 4 e 52 meses, e no caso relatado foi de 19 meses.
O aparecimento tardio do cromossomo philadelphia no curso de uma leucemia linfoblástica aguda suporta a possibilidade de que o desenvolvimento do cromossomo philadelphia seja parte de um processo maior de leucemogênese, em um determinado grupo de pacientes, por isso a importância de realizar a investigação medular completa em todos os pacientes que evoluam com recaída de doença.
Introdução: Leucemia eosinofílica crônica (LEC) é caracterizada quando se observa evidência de expansão clonal de precursores eosinofílicos, persistindo por mais de 6 meses e presença de células ...mieloides que exibem aberração citogenética clonal, resultando em mieloproliferação persistente na medula óssea, sangue periférico e tecidos. A lesão orgânica ocorre como resultante da infiltração leucêmica ou da liberação de citocinas, enzimas ou outras proteínas pelos eosinófilos. Os achados clínicos comuns são febre, fadiga, angioedema, dores musculares, prurido e diarreia. Pode apresentar também anemia, trombocitopenia, esplenomegalia, acometimento cardíaco, neuropatia periférica, disfunção de sistema nervoso central e sintomas pulmonares. São raros casos de LEC descritos pela literatura, e a presença de acometimento ósseo associado é ainda mais raro, sendo fundamental relatar esse caso para registrar o seu curso clínico, alterações nos exames complementares, tratamento e desfecho. Nesse sentido, esse estudo tem como objetivo descrever uma manifestação atípica em uma doença rara visando contribuir com a literatura. Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 59 anos, sem comorbidades, sem antecedente familiar, social, patológico ou laboral relevante, e sem história de alergias ou atopia. Com queixa de astenia e fadiga, associada a dor de forte intensidade em quadril e membro inferior direito (MID) há 5 meses, com piora progressiva, culminando em dificuldade de deambular, associada a perda de cerca de 20 quilogramas. Foi à emergência, sendo necessário transfusão de um concentrado de hemácias. Evoluiu com locomoção apenas com auxílio de muletas. Foi encaminhado a um hospital universitário terciário, onde foi internado para investigação. No exame físico apresentou dor intensa no MID. Os exames laboratoriais apresentaram hemoglobina 8.2 g/dL, 67.200 leucocitos/mm3; 18.141 eosinófilos/mm3, 107.000 plaquetas/mm3, e velocidade de hemossedimentação de 111 mm/h. Realizou tomografia computadorizada (TC) de abdome total sendo observado esplenomegalia (16 cm no eixo longitudinal), e TC de bacia mostrando necrose avascular de cabeça do fêmur direito e pequenas áreas mal definidas de esclerose nas cristas ilíacas, com irregularidades corticais, e derrame articular coxofemoral direito. A ressonância magnética de joelho direito descreveu áreas de hipersinal da medula óssea do fêmur e tíbia com realce pelo contraste, sugerindo infiltração. Na imunofenotipagem da biópsia de medula óssea foi descrito eosinofilia (22%), com predomínio da série granulocítica, BCR-ABL e JAK 2 negativos e PDGFR alfa positivo - 98% (del 4 p 12). Realizada a biópsia do fêmur direito, apresentando lesão compatível com a LEC. Iniciou uso de hidroxiureia, que após 5 meses, foi suspensa e iniciado imatinib 400 mg/dia. O paciente teve melhora clínica e da lesão óssea, e também normalização dos exames laboratoriais após 6 meses. Conclusão: A LEC é uma doença rara, devendo ser suspeitada em quadros de eosinofilia com lesão de órgão-alvo, com avaliação laboratorial após a eliminação das causas reativas, incluindo pesquisa do gene de fusão FIP1L1-PDGFRA, para o início do tratamento imatinib. O acometimento ósseo associado neste caso é extremamente atípico. Diante disso, torna-se evidente a importância de relatar uma doença rara junto de uma manifestação ainda mais incomum.