Esta dissertação pretende reflectir sobre a identificação de uma linguagem de características formais e teóricas únicas, que definiram e formularam a terceira e última fase da produção arquitectónica ...de João Batista Vilanova Artigas, conotada de “brutalista”.Vilanova Artigas é assim considerado o principal protagonista e definidor de uma tendência, chamada Arquitectura Paulista Brutalista, que perdurou em São Paulo e em todo o Brasil, entre as décadas de 50 e 70. O seu estudo torna-se relevante na medida em que se estabelece um paralelo da mesma, com a arquitectura brutalista praticada por toda a Europa do 2º pós-guerra e com a Arquitectura Carioca, situando-a no panorama arquitectónico brasileiro.Pretende-se então clarificar a definição de Arquitectura Paulista Brutalista através do estudo da obra de Vilanova Artigas e identificar uma série de influências contextuais e arquitectónicas, que, apesar de negadas pelo próprio, não podem ser descartadas, podendo somente ser compreendidas se mergulharmos profundamente no ambiente e período temporal em que foram concebidas. Assim, cada uma das obras estudadas é única à sua maneira, e deve ser enquadrada num determinado momento do tempo e do espaço.
From the opening moments of the Pre-Textos editorial America was considered. One of the primary objectives of all independent literary publishing house that is not indifferent to our language should ...be the necessary publicity about the vast panorama of Spanish literature in America. A panorama largely unknown in Spain in which there is no exchange of information between both sides. The principal propose of our editorial is to publish the best literature written in Spanish over the last thirty years in America. And this must be added the effort to integrate into our catalog the task of translation and the contribution to the understanding of those who speak Spanish.
Desde los momentos inaugurales de la editorial Pre-Textos se tomó en consideración a América. Uno de los objetivos primordiales de toda editorial literaria e independiente que no sea indiferente a nuestra lengua debería ser la necesaria difusión, en la medida de las posibilidades de cada uno, del vasto panorama de la literatura escrita en español de América. Un panorama en gran parte desconocido en España, al contrario de lo que se cree, a lo que se suma la desconfianza y la falta de fluidez en la información entre ambas orillas. Pre-Textos se propuso cierta meta ecuménica a este respecto, que se ha superado con éxito ya que cuenta con la mejor literatura escrita en español de los últimos treinta años en América. Y a esto hay que sumar el esfuerzo por integrar en su catálogo la tarea traductora y por contribuir a la comprensión de cuantos hablamos español.
Nos últimos anos, os festivais de música pop, rock, alternativa e indie têm proliferado e incrementado peso e importância, aos níveis económico, social e cultural, na Península Ibérica. À medida que ...estes megaeventos se multiplicam e se especializam, assumindo contornos específicos e procurando posicionamentos diferenciadores, é importante refletir sobre as formas de comunicação, cada vez mais amplas, imediatas, participativas, abrangentes e mutantes, dos mesmos. Neste contexto, surgem algumas questões pertinentes. O que se privilegia comunicar é o cartaz, o elenco artístico, de um determinado festival ou as experiências vivenciadas pelos espectadores durante o evento? Em que se parecem e em que se diferenciam as formas de comunicação publicitária deste tipo de festivais em Portugal e Espanha? Quem são os destinatários preferenciais das mensagens que se transmitem?Partindo da revisão de uma literatura pluridisciplinar, que convoca Indústria Musical, Sociologia, Semiótica, Comunicação, Storytelling, Marketing, Relações Públicas, Publicidade e Redes Sociais, continuando através da análise de anúncios reais pertencentes às campanhas de comunicação dos dois últimos anos de seis festivais de música ibéricos, aliada ao rastreio da presença destes eventos nos media sociais e à auscultação de profissionais do sector, pretende-se responder a essas questões e traçar um mapa de tendências.
A presente proposta tem como objectivo principal identificar e analisar a relação que o documentário contemporâneo, na sua forma mais livre e pessoal, tem vindo a estabelecer com uma representação ...utópica da realidade.O ponto de partida é um estágio de seis meses realizado no Copenhagen International Documentary Film Festival, cuja programação se caracteriza precisamente pelo cruzamento do documentário com uma visão mais subjectiva, artística e pessoal.A minha análise baseia-se na concepção dos diferentes modos de documentário desenvolvida pelo teórico de cinema americano Bill Nichols e na definição de art filmelaborada pelo historiador de cinema americano David Bordwell. A delimitação e concretização da ideia de utopia é feita através do filósofo alemão Ernst Bloch e do teórico político e crítico literário Fredric Jameson.Os conceitos teóricos aqui apresentados são posteriormente aplicados a três filmes programados pelo festival com a finalidade de mostrar como estas obras se situam entre os dois géneros (documentário e art film) e como desta tendência resulta uma revitalização do próprio documentário enquanto objecto que promove reflexão.Ao longo da minha análise argumento ainda que a presença de traços utópicos nestas obras é símbolo de um cinema de possibilidades, capaz de apresentar uma visão crítica e comprometida da sociedade.
O presente trabalho consiste num estudo sobre as revistas Objectiva(1937-1947) eFoto Revista(1937-1939), estabelecendo-se como uma reflexão em torno da crítica de arte fotográfica.Na década de 1930, ...assistiu-se, em Portugal, a um interesse renovado pela fotografia (tida como) artística. O Estado Novo suportou regulares eventos neste domínio - são exemplos os Salões Nacionais de Arte Fotográfica, com início em 1932, que posteriormente tomaram contornos mais alargados, com o advento dos Salões Internacionais de Arte Fotográfica em 1937. Entretanto, a crítica de arte dedicada à fotografia ficara sem um suporte jornalístico. Contudo, em finais dos anos 30, o entusiasmo em torno da fotografia artística tomou contornos mais expressivos com a aproximação dos salões de foro internacional, o que levou ao ressurgimento de publicações periódicas dedicadas à fotografia. Depois de seis anos sem qualquer revista especializada neste domínio, assistese ao advento da Objectiva e Foto Revista, publicações mensais, as quais proporcionaram espaço e visibilidade para a crítica dedicada à fotografia artística. As duas publicações dedicaram-se, entre outras vertentes, à apreciação dos eventos mais significativos no território nacional, ao aconselhamento dos amadores fotográficos emergentes e à discussão dos temas mais pertinentes à época. Num período em que a produção artística fotográfica se encontrava, de um modo geral, dessincronizada do panorama internacional, e tendo em conta a conceção de crítica de arte como orientadora de tendências, importa conhecer as opções, entendimentos e proliferação de valores que esta promoveu, respeitantes à fotografia nacional (então) contemporânea.
Estruturado sob a influência dos modelos de “vida e obra” próprios da narrativa biográfica, este trabalho assume uma abordagem metodológica de compromisso entre a fixação da cronologia do percurso de ...José de Figueiredo e o desenvolvimento de uma reflexão sobre o seu papel nas áreas em que se destacou.Numa primeira parte são contextualizados e analisados as suas origens familiares, o seu percurso formativo em Coimbra, os anos de formação artística informal que teve em Paris no final de oitocentos e o seu processo de integração na sociedade erudita lisboeta do início do século XX. De seguida é apresentada uma análise das várias áreas da sua atuação no panorama cultural português: a sua integração na Academia Real de Belas- Artes de Lisboa, num período de afirmação do seu nome enquanto especialista em “assuntos de arte”; o seu papel na campanha de estudo, restauro e divulgação dos painéis de S. Vicente; as suas ideias e contribuições na definição da legislação artística e patrimonial portuguesa, nos diversos contextos político-sociais que integrou; a sua atividade como crítico e historiador de arte, num período marcado pelas narrativas nacionalistas e pelo desenvolvimento da História da Arte enquanto área disciplinar autónoma; o seu papel na divulgação da arte portuguesa, dentro e fora do país; e a sua ação no âmbito da museologia da arte em Portugal, destacando-se a identificação das suas ideias e influências no contexto europeu e a leitura descritiva e crítica da atividade desenvolvida ao longo dos 26 anos em que dirigiu o Museu Nacional de Arte Antiga.Propõe-se assim um balanço crítico das ações e contribuições desta personalidade no panorama cultural português, bem como do seu enquadramento na cultura Europeia. É ainda apresentada uma reflexão sobre a criação do “mito José de Figueiredo”, que se verifica ser fruto de três fatores que se interrelacionam: a sua ambição pessoal, marcada por uma enérgica vontade de singrar e de deixar uma marca na cultura portuguesa; o seu forte carisma, alimentado estrategicamente através da gestão eficaz da sua imagem pública; e os contextos que o acolheram e que simultaneamente estimularam o seu trabalho, proporcionando-lhe recursos materiais e humanos que geriu com sucesso, dentro e fora das instituições a que pertenceu.
Considerado o maior teorizador do Neo-Realismo português, Mário Dionísio é o autor do objecto deste estudo: A Paleta e o Mundo.Escrito entre 1952- 1962, este ensaio é considerado a sua opus magna– ...uma profunda e extensa análise, que pode ser lida na dupla literatura/pintura e onde o autor concretiza uma interpretação teórico-estética e histórica sobre a pintura moderna. Trata-se do primeiro ensaio de leitura global, que se escreveu em Portugal no âmbito da pintura moderna. Em 1963 mereceu, por unanimidade, o Grande Prémio de Ensaio da Sociedade Portuguesa de Escritores.Neste estudo monográfico, procuramos esclarecer e analisar os mecanismos teóricos, que fundamentam as opções tomadas pelo autor em A Paleta e o Mundono que se refere à criação estética, função social da arte e realismo.No Capítulo I, intitulado “Neo-Realismos, As Vozes da Oposição”, traçamos o panorama contextual, definimos o conceito de “neo-realismo” na perspectiva de Mário Dionísio, assinalamos as propostas do realismo, as polémicas subsequentes e sistematizamos as teses básicas do pensamento de Mário Dionísio.Os Capítulos II e II, com os títulos, respectivamente, “A Paleta e o Mundo: À Procura dum Novo Realismo” e “A Paleta e o Mundoe a Teoria da Inseparabilidade”, são dedicados à análise do ensaio.No Capítulo II, no sentido de saber o percurso seguido pelo autor na procura do novo realismo, analisamos as relações que criou entre a arte, o público, a ciência, a sociedade e os artistas, interligando-as ao desenvolvimento histórico. Este estudo é desenvolvido tendo sempre em conta as duas grandes questões de fundo, que subjazem ao longo de todo o ensaio: a recepção da arte e os modos de representação da realidade.No Capítulo III, analisamos a questão teórica que fundamenta não só A Paleta e o Mundo,como toda a teoria estética de Mário Dionísio: a inseparabilidade do conteúdo e da forma – um estudo que propomos como uma “Teoria da Inseparabilidade”.Por fim, apresentamos algumas considerações e reflexões finais, que considerámos mais relevantes.