Este artículo se enfoca en una indagación teórica sobre si podemos hablar de “dispositivos pandémicos” en el contexto de la pandemia de Covid-19 – que afectó comportamientos, formas de vida, ...prácticas laborales y la relación con la salud de la población mundial entre los años 2020-2022. Los conceptos de dispositivo, mundo, nuda vida, acción, biopolítica, necropolítica, pluralidad, tecnoimagen y las implicaciones directas que las medidas sanitarias impusieron a todos, nos impulsan a preguntar cómo tales formulaciones, presentes en las perspectivas filosóficas de autores como Michel Foucault, Hannah Arendt, Giorgio Agamben, Achille Mbembe y Vilém Flusser, pueden contribuir a elaborar conflictos y pensar las urgencias del presente, considerando el fenómeno social de la pandemia, y en particular el aislamiento. En síntesis, buscamos indagar: ¿cómo algunos aspectos biopolíticos pueden ayudarnos a concebir acontecimientos marcados por la soledad, el desamparo, la enfermedad y la muerte, de los que somos testigos? ¿Qué tipo de proximidad empezamos a tener con la experiencia de aparecer al otro básicamente a través de tecnoimágenes, o sea a través de dispositivos? Finalmente, moviéndose entre una perspectiva global y local (Brasil), también buscamos arrojar luz sobre los impactos que la pandemia de la Covid-19 ha tenido en la política, ámbito en el que la acción es, por excelencia, materia y forma de la pluralidad
O artigo discute a relação entre humanos, animais e máquinas, tomando como foco o problema do desacoplamento da consciência implicado no desenvolvimento das inteligências artificiais. ‘Que relação ...existe entre o progressivo condicionamento dos processos humanos aos processos artificiais (entidades inteligentes e não-conscientes) e a chamada ética animal?’ e ‘O que significa afirmar que a recente preocupação ética voltada para os animais é um fenômeno pós-histórico e biopolítico?’ são algumas das interrogações que o artigo elabora e procura responder.
A partir da hipótese de que seres humanos modificados terão projetos de vida bem sucedidos, reflete-se quais seriam os pressupostos biopolíticos da manipulação genética na sociedade moderna. ...Considerando as teorias apresentadas por Michel Foucault (2005), Jürgen Habermas (2010), Michael J. Sandel (2013), Hans Jonas (2006) e Achille Mbembe (2014), identifica-se uma africanização genética da população menos favorecida economicamente. Neste cenário, conceitos de classe e raça se confundem e ampliam o preconceito social. Diante das novas tecnologias de engenharia genética, a manipulação gênica se apresentam como uma nova face do biopoder, uma vez que a ciência, agora, tem o poder de dar vida a partir da seleção de características consideradas superiores. Sustenta-se que a crítica em torno do processo de manipulação genética é necessária, pois abre a possibilidade de se debater acerca do reconhecimento mútuo como condição de vida, acima da identificação de raça ou classe, localização geográfica ou das demais características dos indivíduos que compõem a sociedade.
Resumo: Levinas é quase que unicamente estudado pela ótica da fenomenologia e, evidentemente, isso é bastante justificável, pelo fato de o filósofo se dizer herdeiro de Husserl, embora seja muito ...importante considerar outras influências para uma compreensão mais aprofundada de seu pensamento, como o talmudismo e a literatura russa. Mas, em geral, permanece esquecida uma importante referência que Levinas nunca deixa de mencionar, em suas entrevistas e mesmo no prefácio para a edição alemã (1987) de seu importante livro Totalité et infini: a filosofia de Bergson. Nosso objetivo é buscar os elementos dessa aproximação, muitas vezes mencionada, porém, pouco explorada, entre as intuições éticas de Levinas e de Bergson. Ainda que não seja a obra Les deux sources de la morale et de la religion a que Levinas gosta de lembrar, quando se refere a Bergson, é ela que evocaremos, para sugerir uma comunicação intuitiva que conecta o conceito bergsoniano de aberto e o conceito levinasiano de infinito. Levinas dá um passo além da fenomenologia, quando elabora um de seus conceitos fundamentais, o de visage, e é ele mesmo quem admite, na conversa com Philippe Nemo, intitulada Éthique et infini (1984), mas deveríamos nos surpreender, se a noção mais importante da ética levinasiana, a de infinitude, revelasse o que há de mais essencial na ética de Bergson, o sentido de abertura, pelo qual se anuncia uma responsabilidade sem limites, ou seja, incondicional?
Abstract: Levinas is almost solely studied from the perspective of phenomenology, and this is evidently quite justifiable by the fact that the philosopher claims to be Husserl’s heir, although it is very importante to consider other influences for a deeper understanding of his thought, such as talmudism and Russian literature. But, in general, an important reference remains forgotten that Levinas never fails to mention in his interviews and even in the preface to the German edition (1987) of his important book Totalité et infini: Bergson’s philosophy. Our objective is to seek the elements of this approach, often mentioned but little explored, between the ethical intuitions of Levinas and Bergson. Although it is not the work Les deux sources de la morale et de la religion that Levinas likes to remember when referring to Bergson, it is what we will evoke to suggest an intuitive communication that connects the bergsonian concept of open and the levinasian concept of the infinite. Levinas takes a step beyond phenomenology when he elaborates one of his fundamental concepts, that of visage, and it is he himself who admits in the conversation with Philippe Nemo entitled Éthique et infini (1984), but we should be surprised if the most important notion of Levinas ethics, that of infinity, would reveal what is most essential in Bergson’s ethics, the sense of openness through which unlimited, in other words, unconditional, responsibility is announced?
VAMPYROTEUTHIS INFERNALIS Brayner de Farias, André
Revista Ideação,
12/2022, Volume:
1, Issue:
46
Journal Article
Peer reviewed
Dificilmente podemos chegar a uma justa classificação para enquadrar a obra de Vilém Flusser. Do ponto de vista da filosofia ela soa muito literária; do ponto de vista da literatura ela deve parecer ...muito filosófica. De fato, precisamos encontrar um lugar entre a filosofia e a literatura para entender o procedimento ficcional deste ensaísta sui generis. Flusser sustenta a ideia de que toda forma de conhecimento é algum tipo de ficção, seja um ensaio filosófico, uma teoria científica ou um romance. Mas, se podemos reconhecer o estilo ficcional de Flusser em seus ensaios, é na obra Vampyroteuthis infernalis, escrita em parceria com Louis Bec, que a ficção filosófica de Flusser se realiza plenamente. Este ensaio pretende ser uma experimentação de filosofia ficcional, onde criamos uma categoria de análise, a zoontologia, cujo objetivo será o de levar adiante a provocação flusseriana sobre o que deve ser pensar a realidade: não descobrir verdades e falsidades, mas inventar saídas para nossos impasses e armadilhas intelectuais.
Racismo e necropolítica Brayner de Farias, André
Revista opinião filosófica,
12/2021, Volume:
12, Issue:
2
Journal Article
O estudo aborda o fenômeno do racismo como dispositivo político que estrutura o funcionamento do capitalismo desde suas origens na primeira onda do colonialismo escravagista europeu. A tendência da ...crítica anti-racial de centralizar o problema do racismo na identidade afrodescendente é certamente justificável, sobretudo em realidades históricas como as do Brasil. Basta olhar as estatísticas para entender: as vítimas do racismo continuam sendo pessoas de origem africana. No entanto, oferecemos aqui elementos para uma abordagem não-identitária do fenômeno cujo objetivo será o de entender o racismo como processo de generalização da lógica discriminatória e excludente. A perspectiva biopolítica de Michel Foucault será uma referência fundamental em nosso estudo, mas pensamos que ela deve ser aprofundada se a nossa intenção for a crítica pós-colonial, e, dessa forma, as análises de Achille Mbembe serão ainda mais fundamentais.
Racismo e necropolítica André Brayner de Farias
Revista opinião filosófica,
12/2021, Volume:
12, Issue:
2
Journal Article
Open access
O estudo aborda o fenômeno do racismo como dispositivo político que estrutura o funcionamento do capitalismo desde suas origens na primeira onda do colonialismo escravagista europeu. A tendência da ...crítica anti-racial de centralizar o problema do racismo na identidade afrodescendente é certamente justificável, sobretudo em realidades históricas como as do Brasil. Basta olhar as estatísticas para entender: as vítimas do racismo continuam sendo pessoas de origem africana. No entanto, oferecemos aqui elementos para uma abordagem não-identitária do fenômeno cujo objetivo será o de entender o racismo como processo de generalização da lógica discriminatória e excludente. A perspectiva biopolítica de Michel Foucault será uma referência fundamental em nosso estudo, mas pensamos que ela deve ser aprofundada se a nossa intenção for a crítica pós-colonial, e, dessa forma, as análises de Achille Mbembe serão ainda mais fundamentais.
Vilém Flusser: pós-história e biopolítica Brayner de Farias, André
Revista de filosofia Aurora = Journal of philosophy Aurora,
12/2015, Volume:
27, Issue:
42
Journal Article
Peer reviewed
Open access
O artigo propõe uma aproximação entre o conceito de pós-história de Vilém Flusser e o conceito de biopolítica de Michel Foucault. No foco da análise está o problema da objetivação científica do ser ...humano. O conhecimento objetivo da ciência médica não está condicionado ao reconhecimento ético do ser humano. Ao máximo conhecimento corresponderia o mínimo reconhecimento. Tal situação caracteriza a crise da nossa ciência. Este trabalho analisa a situação como ponto de convergência entre a pós-história e a biopolítica.
A polêmica que envolve a obra de Frantz Fanon tem relação direta com a defesa aberta e enfática que o psiquiatra e ativista político martinicano faz da violência como método de politização no ...processo histórico da guerra de libertação colonial. Mas esse é apenas o primeiro nível de uma questão filosófica que não se pode mais adiar no debate contemporâneo, a respeito da implicação direta de teorias e práticas políticas na produção sistemática da violência como forma de governo. No Brasil, uma das primeiras reações à obra Os condenados da terra vem de Glauber Rocha, em seu texto-manifesto Eztetyka da fome. Neste ensaio abordo a relação entre Glauber e Fanon, explorando a variação de significados que suporta a apropriação política da violência e enfatizando o aspecto estético da questão. O Cinema Novo seria um modo possível da inflexão brasileira de Frantz Fanon.
O trabalho propõe uma análise biopolítica do sono, partindo da leitura do ensaio de Jonathan Crary, 24/7 – capitalismo tardio e os fins do sono. Segundo Crary, a realização final do capitalismo ...estaria na dependência de resolver o problema do sono: enquanto ainda necessitarmos de pausa para dormir, o capitalismo ainda não pode se realizar ple-namente. Superar a necessidade de dormir seria a condição para um funcionamento do capitalismo em regime ininterrupto, chama-do de 24/7. A análise buscará apoio no con-ceito foucaultiano de disciplina (Vigiar e pu-nir) e no conceito arendtiano de natalidade (A condição humana).