O presente estudo consiste em uma análise do processo de composição do Timeu-Crítias de Platão, sob o ponto de vista da modelagem do discurso. Pretende-se mostrar que o diálogo é marcado por uma ...engenhosa articulação de técnicas de composição, que combinam os aspectos pictorial e dramático da mímesis poética. Estabelecendo as Panateneias como referência implícita, a obra apresenta a performance de uma sequência de narrativas, produzidas como verdadeiras imagens discursivas. A originalidade platônica revela-se no Timeu-Crítias, portanto, no desempenho de uma construção formal ao mesmo tempo dramática e imagética, mediante um singular agenciamento mimético de formas do discurso.
A temperança é, sem dúvida, uma das principais temáticas no Cármides de Platão. Nesse diálogo, entram em tensão as noções oracular e realista, defendidas por Crítias e por Sócrates respectivamente, ...acerca das capacidades do temperante. É sob esse embate que Platão fundamenta sua teoria da necessidade da constante busca do conhecimento. A psyche é, portanto, dimensionada segundo sua capacidade de ação para a busca da temperança por meio do que seria um tipo de encantamento filosófico. Pretende-se, portanto, neste trabalho, observar essa tensão criada entre Crítias e Sócrates, a fim de averiguar a temperança filosófica como uma consequência psíquica do encantamento filosófico.
La especificidad de las formulaciones ontológicas de Lukács es afirmar que la posición teleológica es el fundamento ontológico del ser social. Si toda praxis expresa una conexión con el conocimiento ...y la consciencia, resulta que las respuestas prácticas son siempre mediadas por algún tipo de producción espiritual. Así, la ideología tiene un rol como parte de la previa ideación. La crítica ontológica es crítica de las estructuras sociales que generan y demandan teorías con funciones prácticas para garantizar su reproducción. Para hacer la crítica ontológica del emprendimiento, presentamos una sistematización de su trayectoria histórica y conceptual. Después, criticamos las estructuras que lo generan y lo necesitan para reproducirse y ampliarse: el neoliberalismo, entendido como el modo contemporáneo de existencia del capitalismo. En seguida, identificamos el fundamento ontológico de la ideología del emprendimiento: el individualismo y su función en la distención de conflictos sociales latentes en una sociedad en que, aparentemente, desaparecen las relaciones entre capital y trabajo y, por lo tanto, las clases sociales. Lo específico es que el trabajador alienado de sus circunstancias, como el real productor de valor, ahora se aliena de su propia condición de trabajador, transmutada idealmente en emprendedor.
The specificity of Lukács’ ontological proposals lies in the idea that a particular teleological position represents the ontological foundation of social being. If all praxis implies a connection with knowledge and consciousness, it turns out that practical responses are always mediated by some kind of spiritual production. Thus, ideology has a role within previous ideation. Ontological criticism provides critical reflections of the social structures that generate and demand theories with practical functions in order to guarantee their own reproduction. First, we present a systematization of the historical and conceptual trajectory of entrepreneurship with the aim of making an ontological critique of this concept. Then, we criticize the structures that generate such a business phenomenon and require of this to reproduce and expand: Neoliberalism, understood as the contemporary version of capitalism. Afterward, we identify the ontological foundation of the ideology of entrepreneurship: Individualism and its role in defusing latent social conflicts in a society in which, apparently, the relations between capital and work and, therefore, social classes tend to disappear. The specificity of the whole issue is that the worker, who is alienated from his circumstances as the real generator of value, becomes now alienated from his own condition of worker by transmuting into an ideal role of entrepreneur.
a especificidade das formulações ontológicas de Lukács é afirmar que o posicionamento teleológico é o fundamento ontológico do ser social. Se toda práxis expressar uma conexão com o conhecimento e com a consciência,, levará a que as respostas sejam sempre permeadas por algum tipo de produção espiritual. Assim, a ideologia tem um papel como parte da prévia ideação. A crítica ontológica é crítica das estruturas sociais que geram e exigem teorias com funções práticas para garantir sua reprodução. Para fazer a crítica ontológica do empreendedorismo, apresentamos uma sistematização de sua trajetória histórica e conceitual. Em seguida, criticamos as estruturas que o geram e o necessitam para sua reprodução e ampliação: o neoliberalismo, entendido como o modo contemporâneo de existência do capitalismo. Logo, identificamos o fundamento ontológico da ideologia do empreendedorismo: o individualismo e sua função na distensão de conflitos sociais latentes em uma sociedade em que, de forma aparente, desaparecem as relações entre capital e trabalho, e, portanto, as classes sociais. Nesse sentido, o trabalhador alienado de suas circunstâncias, como o real produtor de valor, agora está alienado de sua própria condição de trabalhador, transmutada idealmente em empreendedor.
La spécificité des formulations ontologiques de Lukács est d’affirmer que la position téléologique est le fondement ontologique de l’être social. Si toute praxis exprime un lien avec la connaissance et la conscience, il s’avère que les réponses pratiques sont toujours médiées par quelque sorte de production spirituelle. Ainsi, l’idéologie a un rôle dans le cadre de l’idéation précédente. La critique ontologique est une critique des structures sociales qui génèrent et exigent des théories avec des fonctions pratiques pour garantir leur reproduction. Pour faire la critique ontologique de l’entrepreneuriat, nous présentons une systématisation de sa trajectoire historique et conceptuelle. Plus tard, nous critiquons les structures qui le génèrent et en ont besoin pour se reproduire et s’étendre: le néolibéralisme, compris comme le mode d’existence contemporain du capitalisme. Ensuite, nous identifions le fondement ontologique de l’idéologie de l’entrepreneuriat: l’individualisme et sa fonction dans le désamorçage des conflits sociaux latents dans une société où, apparemment, les relations entre le capital et le travail et donc les classes sociales disparaissent. Ce qui est spécifique, c’est que l’ouvrier aliéné de sa situation, en tant que le véritable producteur de valeur, est désormais aliéné de sa propre condition d’ouvrier, idéalement transformée en entrepreneur.
In this exciting re-reading of the classic work of Haggard and Kipling, Gail Ching-Liang Low examines the representational dynamics of colonizer versus colonized. Exploring the interface between the ...native 'other' as a reflection and as a point of address, the author asserts that this 'other' is a mirror reflecting the image of the colonizer - a 'cultural cross-dressing'. Employing psychoanalysis, anthropology and postcolonial theory, Low analyzes the way in which fantasy and fabulation are caught up in networks of desire and power. White Skins/Black Masks is a fascinating entry into the current debate of post-colonial theory.
Nos tempos actuais de crises, ainda mais políticas do que financeiras, a literatura oferece possibilidades de resistência ao ativar processos de reavaliação do passado. Embora a memória cultural seja ...ainda insuficientemente explorada, a literatura atual lança possibilidades de questionar e trabalhar a memória. Uma perspetiva crítica transnacional, baseada na triangulação entre Brasil, Portugal e África, viabiliza uma conceptualização da condição pósimperial necessária para se poder pensar um presente e futuro diferentes e imunes às armadilhas nostálgicas. Esses processos críticos são explorados de vários modos em romances recentes de António Lobo Antunes, Lídia Jorge, José Eduardo Agualusa, Chico Buarque de Holanda e Edney Silvestre
Os museus são comumente tidos como poderosos meios de definir e reforçar identidades. O autor propõe que ao invés de tais fins ideológicos, eles considerem a identidade como objeto ae análise crítica ...e compreensão histórica. Aponta vários traços problemáticos da identidade, sobretudo na sua estrutura de processo sócio-cultural e nas suas funções contrastivas. A seguir, examina criticamente respostas usuais dos museus a reivindicações de identidade (em especial as que pressupõem a superioridade do conhecimento interior ou étnico sobre o acadêmico). Postula-se a necessidade da abordagem crítica, sempre, como única forma de afrontar o tema da alteridade, independentemente das lutas pelo monopólio da verdade. Traça-se, por fim um paralelo entre a mostra museológica e o conceito de "texto discursivo", formulado pela História e pela Antropologia: as exposições não devem ser nem uma representação absoluta, nem uma expressão subjetiva, mas uma construção dialética, contigente e contestável- capaz de tertilizar.
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