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  • USO DE TRANSAMIN NA PREVENÇ...
    Goulart, PPA; Góes, MTP; Bresciani, LF; Mesquita, BF; Silveira, EL; Freitas, MP; Klinger, PHDS; Okano, SHP

    Hematology, Transfusion and Cell Therapy, October 2021, 2021-10-01, Volume: 43
    Journal Article

    Identificar e sumarizar evidências científicas sobre a eficácia do uso do ácido tranexâmico na prevenção de hemorragia em puérperas. O estudo apresentou como cerne o sistema Paciente/Problema, Intervenção, Comparação e Resultado (PICO), o qual viabilizou recursos para busca de dados nas principais bases científicas (MEDLINE PubMed). Os termos utilizados na pesquisa foram: tranexamic acid; postpartum haemorrhage; delivery; puerperium . Foram utilizados como critérios de inclusão: Diretrizes e artigos completos, realizados em humanos, publicados em língua inglesa. Foram excluídos artigos que não associaram Transamin a eventos hemorrágicos após o parto e estudos anteriores ao ano de publicação da última diretriz sobre o tema (2017). A utilização de ácido tranexâmico (TXA) mostrou-se efetiva em diminuir a mortalidade relacionada à hemorragia pós-parto. O experimento WOMAN, comparou mulheres medicadas com Transamin e placebo, demonstrou que o uso do tratamento diminuiu a mortalidade por hemorragia nos partos vaginais e cesáreos, principalmente se administrado nas 3 primeiras horas pós parto, este, porém, perde 10% do benefício, a cada 15 minutos de atraso na infusão. Consequentemente, ocorreram 33% menos laparotomias para controle de hemorragia após partos. Alguns estudos colocam o TXA, como profilaxia para partos cesáreos, e os resultados mostraram 60% de diminuição de hemorragias leves e moderadas, 68% para hemorragias severas e 70% da necessidade de transfusão sanguínea. Uma grande preocupação ao usar o TXA, é a possibilidade da ocorrência de eventos tromboembólicos, porém, os estudos mostraram que o seu uso, não aumentou a incidência. A literatura evidencia que a hemorragia é a principal causa de mortalidade materna, sendo que no período pós-parto grande parte das mortes ocorrem nas primeiras 24 horas após o nascimento. Tal condição reflete um desequilíbrio entre os sistemas de coagulação e fibrinólise, no parto e puerpério imediato, devido a altos níveis do ativador do plasminogênio tecidual, os quais estimulam a via fibrinolítica. Nesse sentido, o uso de TXA, um inibidor da fibrinólise, mostrou-se ser uma estratégia válida e aplicável. Com base nisso, tem-se que a utilização de TXA recomendada se concentra em uma dose fixa 1 g (100 mg/ml) por via intravenosa a 1ml/ min, com uma segunda dose de 1g por via intravenosa se o sangramento continuar após 30 minutos ou reiniciar dentro de 24 horas após o término da primeira dose. Como efeitos adversos, o TXA esteve associado a quadros de náusea e vômito e não promoveu o desenvolvimento de eventos vasculares oclusivos dentro de 3 meses após o parto. Tendo em vista as publicações, há efetividade do ácido tranexâmico em reduzir a mortalidade materna associada a hemorragia pós-parto. O melhor prognóstico é iniciar precocemente a administração logo após o princípio do sangramento. Recomenda-se o uso do Transamin 1 grama intravenosa em até 3 horas pós-parto, houve redução de laparotomias e transfusões sanguíneas e revelou-se que não há aumento de ocorrências de eventos tromboembólicos. De acordo com a exposição, conclui-se que o uso do ácido tranexâmico para prevenção e no tratamento de hemorragias em puérperas pode ser realizado de forma segura e eficiente.